Diga quem escreve...Quem escreve é feliz...

Todos sabemos que isto anda mal para cronistas...É ver o que aconteceu ao Crespo!
Mas...mas será que a censura já chegou ao interior do gangue da sopa ??? Ou têm medo...sim medo de escrever publicamente ??? Um gangue amedrontado ? Nunca tal coisa se viu!!!...
Ficou determinado, no almoço, pela escritora sacrificada, a Su, para que Deus a livre de alguma escrita... Amén, que hoje quem teclava cá para o blogue era o Pedro.
Vã esperança! O Pedro anda muito atarefado a laminar fruta para trazer para o almoço do dia seguinte.
Por isso, hoje, caros leitores, só vos posso dizer o que se passou em metade da mesa, pois sou dura de ouvido do lado esquerdo e não ouvi nada que viesse daquele lado.
Hoje, a ementa era alheira bem sequinha com ovo estrelado. Como a patroa gosta da coisa mais húmida ficou-se só pelo ovo, a Tó acompanhou-a e para o lado direito da mesa todos se ficaram pela sopa e salada, exceptuando a minha pessoa... eu já levava um ovinho cozido de casa de casquinha alaranjada, para enriquecer a minha sanduiche. É a tal concorrência desleal...depois os filetes são esverdeados!!!
Enquanto se deglutia a abençoada refeição, foi-se falando... mas o tema não agradou à patroa que agoirou logo a conversa...mesmo com agoiro continuamos a falar da vida social que se cria no IPO, pois quem fala, seus males espanta!...
Passou-se depois a falar de uma virose que ataca a juventude actual e para a qual não apareceu ainda a vacina. Afinal vários elementos do grupo tinham a dita enfermidade em casa...Eu que o diga!!! É que os nossos jovens rebentos sofrem da fobia à arrumação dos quartos e dos locais por onde passam lá em casa... Lá fomos falando dos nossos traumas maternais e tentando encontrar a causa...Conclusão da Filomena "facilitei com a minha filha". Não me convenceu... nada como confirmar com um jovem um pouquinho mais andado na idade...o Pedro. Fiz-lhe a pergunta sacramental "Pedro, fazes a cama todos os dias?". Com a sua frutinha laminada na mão, lá respondeu "Ah! Só quando mudo os lençois" A Dores logo rematou "Puxa as orelhas quando se deita. É como o meu. " Bem pelos vistos como a epidemia é geral, descobrimos que usavamos a mesma estratégia para não ficarmos contagiadas "fechar a porta do quarto" para não ver, pois quem não vê não peca, já diz o povo.
Eis que a conversa derivou para a nossa horta, a que vamos fazer com os pais no Dia do Pai, lá num cantinho do nosso recreio. Perguntei à Tó se já tinha tratado com alguém como fertilizar a terra, caso contrário a produção iria ser igual ao PIB português. Ela logo respondeu que estava tudo tratado ...tudo nos trinques ..."estrume de cavalo"era o melhor disse ela, como quem percebe bem da coisa. Quero ver quem vai aguentar o cheiro...Deve ter cá uma fortidão, mas a produção promete!!!
Entretanto as fumadoras cumpriram a seu dever e a dona Mila também e lá foi passando com a bandeja e rocolhendo o soldo a todos os que estavam na mesa, pois ela sabe como avisar-nos de que é hora de levantar praça e voltar ao trabalhinho. A contragosto lá nos fomos pondo a pé com um "Ui! Passou tão depressa o tempo!!!". E lá rumamos para a escola lá de baixo, a admirar o ar despreocupado com que o Pedro transportava o seu inseparável tapperware da fruta num saco plástico do...Jumbo ou Modelo...Oh! Sei lá...Alguém me substitua!!! Binhazonte.